a fingir que não sei onde estás
queria tanto falar-te e se falasses
dizer as coisas que não sou capaz.
Dizer, sei lá, que te perdi
por não saber achar-te à minha beira
e na casa deserta então morri
com a luz do teu sorriso à cabeceira.
Queria tanto falar-te e não consigo
explicar o que se sofre, o que se sente
e perguntar como ao teu retrato digo
se queres casar comigo novamente...
António Lobo Antunes
Porque é que este sentimento entra na nossa vida, na nossa casa, e depois sai sem darmos conta, deixando uma fresta na porta? Porque cai por terra como a areia por entre os nossos dedos? Porque nos deixa "aparvalhados", sem sentido, sem orientação? Porque se calhar não é em vão o que se sente, porque provavelmente não é fingido, é verdadeiro. Contudo, recebi e percebo o recado. Não obstante, o meu também está expresso em tudo o que disse.