quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Natus est


Após quarenta semanas de um grão de areia ter entrado na concha mais bela do oceano, eis que brotou do seu seio uma reluzente pérola. Forte e robusta (3,755kg), grande (50,5cm). Se pudesse, contava-nos histórias da sua gestação, do carinho e amor que sentiu ainda dentro da sua concha. Mas quando se abandona no colo de seus pais, com o seu olhar carinhoso e de descoberta, todas as estórias ficam ditas.
Uma pérola nasceu, fruto de amor, de dedicação, de entrega... Orgulho de seus pais, familiares e amigos (tios emprestados).
Pérola espeial, pois ilunima quem se aproxima.
Sê bem vindo!
Parabéns Martim!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Recado

Estou aqui como se te procurasse
a fingir que não sei onde estás
queria tanto falar-te e se falasses
dizer as coisas que não sou capaz.

Dizer, sei lá, que te perdi
por não saber achar-te à minha beira
e na casa deserta então morri
com a luz do teu sorriso à cabeceira.

Queria tanto falar-te e não consigo
explicar o que se sofre, o que se sente
e perguntar como ao teu retrato digo
se queres casar comigo novamente...
António Lobo Antunes

Porque é que este sentimento entra na nossa vida, na nossa casa, e depois sai sem darmos conta, deixando uma fresta na porta? Porque cai por terra como a areia por entre os nossos dedos? Porque nos deixa "aparvalhados", sem sentido, sem orientação? Porque se calhar não é em vão o que se sente, porque provavelmente não é fingido, é verdadeiro. Contudo, recebi e percebo o recado. Não obstante, o meu também está expresso em tudo o que disse.

sábado, 9 de agosto de 2008

Desafio

Sim, foi um desafio desde o início. Foi esse desafio que me fez sentir o que sinto. Foi a luta que deste que me cativou, entre muitos outros aspectos. Contudo, não foi arrogante, não foi provocação, nunca.
O único exagero, se é que posso utilizar este termo, é o sentimento que se iniciou e que teima em não partir. não vamos
Sinto nos teus olhos, vejo no teu olhar penetrante que me estremeçe as entranhas. Não me digas para não lutar. Vou lutar com todas as minhas forças. Esperarei o tempo que for necessário.
Esperarei, impacientemente, ou paciente, pela catarse.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A lua e o que nós...

A Lua, nossa madrinha e confidente, sabe o que quero dizer.....

Ontem estava bonita......

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pantano

Já não caminho sobre a passadeira vermelha. As luzes apagaram. Ontem caminhei sobre um mar de águas tranquilas, cristalinas. Hoje caminho sobre um pantano. Pantano esse que me engole. Sem ajuda não consigo sair dele. É forte a sua força. A força que eu sinto também o é, mas continua a engolir-me este maldito pantano.

Não sei o que fazer!
Olhos embrenhados em dor,
Nostálgicos,
Mortos,
Sem vida.

Coração negro,
Negrume que paira sobre mim.
Saudade... forte!...

Olho o vago... o vazio...
O horizonte... o infinito...

Triste minha boca... vazia...

O lago.... de calmas águas...
A primavera....
Não existem.

A luz é densa,
mas fraca...

Apenas o meu rosto de marfim
Pesado,
Moribundo,
Molhado...
...tanta água corre sobre ele.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

PORQUE NÃO APAGA?


«Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem.»

Sofia de Mello Breyner Anderssen



Quantas páginas já se escreveram sobre o amor? Quantos livros abordam tal tema? Quantas pessoas utilizam banalmente tal palavra? Quantas vezes é pronunciada, a cada segundo, em todo o mundo? Para mim, não é somente uma palavra. É um estado de espírito, é um sentimento que sinto dentro de mim e que não tenho palavras para o descrever.... Se ter saudades é sentir o que sinto, então a saudade está ligada a quem ama... e essa luz teima em não apagar....

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

DICTUM EST


Foi-se o meu Rosto de Prata e com ele o brilho dos meus olhos. Tudo o que construí, toda a minha dedicação, todo o meu amor... tudo em vão...

Voltou o vazio... regressou a dor, dor esta que faz com que o coração palpite fortemente, sem rumo, sem destino...

A lua não voltará a mostrar-me o Rosto de Prata que tanto amo... as estrelas não voltarão a ser cumplices.... a chuva, o vento, o frio, o calor... nada disso fará mais sentido. Não voltaei a acariciar o Rosto de Prata, não voltarei a saborear os seus lábios, as suas mãos...

Agora, na minha inglória fortuna, cabe-me, a mim, escolher o meu caminho, os meus objectivos,a minha meta. Vai demorar a encontrar o meu aminho, mas sei que vou vencer esta fase da minha vida.

Tudo o que escrevi neste logue, foi sentido, saiu do mais íntimo da minha pessoa. Mas não foi suficiente. Contudo, não foram palavras vãs, foram sentidas, foram sinceras (ainda continuam a ser).

Bem-haja por me teres feito acreditar no amor, esse sentimento estúpido, e desprezivel, que não quero voltar a sentir dentro de mim. Irei apagá-lo definitivamente do meu voabulário, uma vez que não faz sentido tal sentimento que de nobre nada tem como nos fazem crer os poetas.


Ao rosto de prata: luta, vence e caminha sempre em frente, seja qual for o teu caminho.


terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Máscara


O verniz da máscara acabou por estalar. Partiu. Quebrou. É de barro! Está feita em estilhaços!
Acabou por ser derrubada.... Por quem? Por que força...? Não sei explicar.
Não é duradoira... Nunca foi... nunca seria...
E agora? Nova máscara? Mais forte? Inquebrável? Não creio.... creio, sim, na justiça: justiça terrena, vinda de alguém que está longe.... não distante, perto.
Lamento que não leias isto. Sim, é para ti, maldito, que saiste das mesmas entranhas que eu!!!!
Compra outra máscara. Mas lembra-te: nunca mais será a mesma... não te vai ficar tão bem como a primeira... a segunda será ainda menos resistente... mais quebradiça... sem verniz para proteger!!!

Feia, a tua máscara!!!

Rogério Quintalheiro