
Por vezes sinto as negras e gastas pedras da calçada, como as da minha aldeia, a levantarem-se do chão com tamanha força, querendo-me apedrejar com violência, derrubando-me sem piedade e compaixão. Mas o que essa calçada não sabe, é que, por mais violência que use, por mais artimanhas que faça para me tentar atingir, não conseguirá, pois tenho bons reflexos, e desviar-me-ei delas como o cão se desvia do gato quando estão em eminência de se cruzarem.
Poderei ficar impotente, inerte, rodeado por elas, esperando que me atinjam. Acontecendo, batam na cabeça e no peito, pois assim deixarei de ser eu, para me tornar num igual a elas.