segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Rosto de prata


E quando o sol se aparte e as nossas mãos se tocam, unem, todo o mundo deixa de existir. Existimos apenas nós, amantes noctivicos. Temos como madrinha a lua, reflectindo o teu rosto na escura mensidão da noite, deixando ver o teu rosto, o teu olhar sedutor e carinhoso, pedindo um afecto, um beijo, uma carícia.
Quando repousas a tua cabeça no meu ombro, no meu peito, sinto a tua pele a palpitar, a fervilhar como um vulcão.
E quando por fim te deixas embalar pelo cansaço, de olhos cerrados e corpo quente, aquela luz de prata, a madrinha, deixa-me admirar o teu sono, a tua face prateada, o teu repouso, que tranquilamente dorme junto ao meu rosto, sentindo a tua leve e intensa respiração.
Rogério Quintalheiro

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